A Competição do Porto/Post/Doc 2016 é composta por treze filmes, que podem ser consultados nesta página.
Se nas duas primeiras edições do Porto/Post/Doc a programação se dirigia para um exponencial hibridismo entre realidade e ficção, este ano as fronteiras foram definitivamente extravasadas, não só naquilo que poderemos categorizar como aspetos técnicos da obra cinematográfica, mas também, e principalmente, no que toca aos seus processos criativos.
Basta analisarmos, com alguma atenção, o pulsar do cinema autoral contemporâneo para compreendermos a crescente necessidade de reivindicar a abolição dos géneros cinematográficos, cada vez mais arcaicos e distantes das realidades de produção. As barreiras linguísticas foram derrubadas com a globalização (assim como as produções exclusivas de um só país) e a evolução técnica permitiu que qualquer um pudesse ousar criar uma obra cinematográfica. Simultaneamente, os constrangimentos económicos, que também se sentiram um pouco por todo o mundo, contribuíram grandemente para o paradigma atual: fazer mais com menos. Um cinema cada vez mais criativo e exploratório, seguindo o seu atribulado caminho, como espelho do seu autor.
A heterogeneidade inerente a este fenómeno está presente nesta seleção de treze obras fílmicas, de diversas temáticas e geografias (desde o Japão. Argentina, passando pela Coreia do Norte ou Marrocos): há cinema sem imagens em movimento, cinema realizado à distância e pela mão de desconhecidos, cinema de histórias criadas pelos protagonistas, cinema sobre o tempo antes da ação. Filmes que não queremos rotular, mas que sabemos que queremos mostrar, pois cada um deles traz consigo uma ideia de cinema. E todas elas são verdadeiras.