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Rust prolonga, logo nos minutos iniciais, o gosto de Serén pelas paisagens desérticas e invernosas de No Cow On The Ice, desviando-se depois, porém, para um espaço interior, no caso, um antigo edifício industrial abandonado. Há qualquer coisa de mítico nesse trajeto que é feito do exterior (o presente) para o interior (o passado) – trajeto que, noutros termos, era o que o próprio Serén também fazia, na condição de emigrante, em No Cow On The Ice –, da luz para a escuridão, espécie de “caverna platónica” invertida, como se fosse no escuro que se encontra a explicação para o mistério das coisas. É pelas ruínas e, em especial, pela ferrugem que dá o título ao filme que o cineasta e a sua solitária personagem se interessam, num percurso que, aparentemente carente de uma lógica definida, se faz em torno da metódica recolha dessa seiva unificadora (a ferrugem, precisamente) de passado e presente com um objetivo que permanecerá na sombra, mistério que o excelente trabalho de iluminação e de som apenas reforça. (Francisco Noronha)
Este filme é apresentado com:
NO COW ON THE ICE
Eloy Dominguez Serén
2015, SWE, ESP, 63'