Como manter viva a ideia de uma comunidade num mundo a viver em isolamento? Celebrar o comum e o encontro, as vivências partilhadas e as cicatrizes que nos ligam aos outros, é esta a proposta desta lista de filmes que, do Porto aos Andes, fotografa hábitos de vida, costumes e rotinas diárias, lembrando-nos sobre a forma como os que nos rodeiam são também parte da nossa identidade.
A Nossa Terra, O Nosso Altar, de André Guiomar
Segunda, 23 de novembro, 20h30, Rivoli
“A Nossa Terra, O Nosso Altar” testemunha as últimas rotinas quotidianas dos habitantes do bairro do Aleixo, marcadas pela tensão de um destino forçado. Entre a queda da primeira e da última torre, o processo de demolição do bairro arrastou-se durante anos. Obrigados a aceitar o fim da sua comunidade, assistem impotentes à lenta desfiguração do seu passado.
Dark City: Beneath The Beat, de TT the Artist
Terça, 24 de novembro, 20h15, Passos Manuel
Verdadeira experiência audiovisual que define a paisagem sonora da cidade de Baltimore, este filme destaca artistas locais ligados à música club, como DJs, bailarinos e produtores, entre outros. Do clima social da cidade à sua comunidade criativa LGBTQ, Dark City apresenta o movimento club de Baltimore como uma subcultura positiva numa cidade ofuscada por traumas, drogas e violência.
Piedra Sola, de Alejandro Telémaco Tarraf
Quarta, 25 de novembro, 17h30, Rivoli
Nas remotas montanhas argentinas, numa pequena comunidade, a uma altitude de 4.000 metros, um pastor de lamas segue os rastos de um puma invisível, responsável por matar o seu gado. Por via da sua busca incessante, há um encontro místico que se revela entre o homem, os seus antepassados e a forma mutável do puma.
Ar Condicionado, de Fradique
Quinta, 26 de novembro, 16h00, Passos Manuel
Em Luanda, os aparelhos de ar condicionado começam a cair misteriosamente dos edifícios. A missão de Matacedo, segurança, é consertar uma das máquinas. A sua busca assinala o ponto de partida para um filme sobre a história desta cidade e das pessoas que tentam reconstruir as suas vidas após a guerra civil.
O Movimento das Coisas, de Manuela Serra
Quinta, 26 de novembro, 20h30, Rivoli
Histórias de quotidiano e de silêncio numa aldeia do Norte. O campo, o pão, as galinhas e histórias antigas de gestos saboreados em mineralógicas palavras. Uma família de dez filhos numa quinta mergulha na largueza do tempo. Mais longe, a água do rio habitado por gente, o sol, o largo da aldeia, a refeição, a missa ao domingo, a feira. Nestes fragmentos de cenário, move-se Isabel.
Jamaika, de Alexander Sussman
Segunda, 23 de novembro, 18h00, Passos Manuel (integrado na Competição Cinema Novo #1)
João, um biscateiro de um bairro de imigrantes em Lisboa, é obrigado a enfrentar uma nova vida após o realojamento da comunidade.
El Trabajo o A Quién Le Pertenece El Mundo, de Elisa Cepeda
Terça, 24 de novembro, 14h30, Rivoli
Um bairro habitacional torna-se novamente num campo de batalha para o confronto entre polícia e manifestantes. Após o fracasso da última greve, os trabalhadores têm que escolher entre a acção ou cederem à apatia. Através do prisma da etno-ficção, o filme retrata uma comunidade mineira enquanto esta negoceia o declínio da indústria que permitiu o seu próprio aparecimento.