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Fora-de-Campo: Conversas-performance com André Cepeda, Pedro Serrazina, Inês d'Orey e Lois Patiño

por Porto/Post/Doc / 04 05 2020


O Porto/Post/Doc apresenta as conversas-performances Fora-de-Campo, com a participação de André Cepeda, Pedro Serrazina, Inês d'Orey e Lois Patiño. O evento digital, promovido no âmbito das Inaugurações Simultâneas da Bombarda, será transmitido no Facebook do festival e no canal de Youtube, no dia 9 de Maio, sábado, a partir das 17h.

Sob o mote "fora-de-campo", e em tempos de confinamento, estas conversas-performance pretendem instigar o diálogo em torno da experiência do vazio da cidade a partir de imagens realizadas pelos autores convidados. Quando os espectadores estão fora-de-campo, que papel cabe à arte na reinvenção da cidade? Quando o que está em campo não é senão a ausência da actividade humana, que caminhos percorrem os espectadores? Que território para os lugares quando todos os espaços se apresentam como não-lugares, corredores de passagem? Pode a paisagem (visual - urbana, rural ou transgénica - e sonora) monumentalizar-se na ausência? Em primeiro plano nestes diálogos estarão as imagens dos artistas convidados, cujos trabalhos, desenvolvidos ao longo das últimas décadas, incidem, ainda que de forma singular, na relação entre paisagem e ausência.

A primeira conversa-performance, às 17h, junta o fotógrafo André Cepeda e o realizador Pedro Serrazina, e a segunda, às 18h30, reúne a fotógrafa portuguesa Inês d'Orey e o realizador galego Lois Patiño.

  

Biografias

André Cepeda
Fotografia

André Cepeda vive e trabalha entre o Porto e Lisboa. Em 2012 foi artista em residência na FAAP, São Paulo, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Cepeda foi seleccionado para o Paul Huf Award, Foam Fotografiemuseum, Amsterdão (2011), Prémio BESPhoto, Lisboa (2010) e para o Prémio Fundação de Novos Artistas da Fundação EDP, Lisboa (2007). Expõe regularmente em galerias, museus e instituições de vários países, desde 1999. Integrou várias residências de artistas e trabalhos comissariados, destacando-se a Trienal de Arquitetura de Lisboa (2010), a Fundação EDP (2014), a Fundação de Serralves (2014) e a Fundação Calouste Gulbenkian (2019). Em 2016, foi artista em residência na Residency Unlimited, em Brooklyn NY, no contexto da parceria Atelier-Museu Júlio Pomar / EGEAC e Residency Unlimited, NY. A obra de André Cepeda, representada em coleções nacionais e internacionais de destaque, foca-se no pensamento, observação e registo da cidade sistema, cidade de classes, cidade individual e cidade coletiva. Actualmente está a trabalhar numa nova exposição e projeto de livro com Urs Stahel, a ser apresentado em 2020. André Cepeda é representado no Porto pela Galeria Pedro Oliveira.

Pedro Serrazina
Cinema de Animação

Pedro Serrazina é professor, investigador e realizador de cinema de animação. O seu primeiro filme, "Estória do Gato e da Lua", estreou em competição no festival de Cannes’96 e foi premiado com 15 prémios internacionais. O seu percurso tem várias expressões, entre a curta-metragem e as instalações “site-specific”, videoclips, workshops, publicações e projetos académicos, explorando as relações entre a arquitectura, o espaço público e o cinema de animação. Serrazina concluiu o grau de mestrado no Royal College of Art em Londres, (como bolseiro da Fundação Gulbenkian), e o doutoramento (“The creation and use of animated space as tool to reflect on social space”), como bolseiro da FCT, na Universidade Lusófona de Lisboa, onde leciona nos cursos de animação (licenciatura e mestrado). Ainda a nível académico, ensina e desenvolve regularmente projectos específicos a nível internacional (USA, Tunísia, São Paulo, Montreal, Lisboa, Porto…). Membro da Society for Animation Studies, Serrazina foi diretor do conselho científico e curador da sua conferência anual, em 2019. É ainda membro do comité científico do simpósio anual Ecstatic Truth, dedicado às relações entre cinema de animação e documentário. Colabora regularmente com o programa educativo do Porto/Post/Doc: Film & Media Festival onde tem desenvolvido o projeto "Animar o Espaço, Descobrir o Lugar", que usa a animação para olhar espaço social da cidade (com a Escola Artística Árvore, Outono 2018, e com a Faculdade de Arquitetura do Porto, 2019). Actualmente está a preparar um novo filme, “O Que Sobra de Nós”, e está envolvido no projecto Community Heroes - Rethink Before You Act, que visa promover "um sentimento de pertença à comunidade, propósito cívico e identidade a jovens vulneráveis através de histórias animadas", três curtos documentários animados realizados para promover a inclusão e o envolvimento da comunidade muçulmana em Portugal. 

Inês d’Orey
Fotografia

Inês d’Orey desenvolve projectos de autor e trabalha como fotógrafa independente para clientes privados e instituições públicas. Expõe regularmente em galerias, museus e instituições de vários países, entre os quais, a Fundação Champalimaud e a Capital Europeia da Cultura de Aarhus (2017). Estudou fotografia na London College of Printing, em Londres, como bolseira do Centro Português de Fotografa. Foi vencedora do prémio Novo Talento Fotografa FNAC em 2007 e realizou residências artísticas na Fundação Inês de Castro e no Carpe Diem, Arte & Pesquisa. Em 2010 publicou o seu primeiro livro, ‘Mecanismo da troca’, e em 2011 ‘Porto Interior’. A Maio de 2018 a fotógrafa passou duas semanas em Tóquio a registar o interior dos raros edifícios de traça antiga tradicional, erigidos entre os anos 30 e os anos 70 do século XX. As imagens que compõem a série "Do Not Sit Down" exploram o conceito de luz e sombra, "minimalismo versus procura de luz", no interior das relíquias arquitectónicas de Tóquio, com o intuito de propor uma reflexão acerca da "transformação da identidade patrimonial da cidade contemporânea na era da globalização". Este trabalho esteve em exposição na Galeria Presença, no Porto, e foi premiado pelo Tokyo International Foto Awards (2019) e pelo Moscow International Foto Awards (2019). Inês d’Orey é representada no Porto pela Galeria Presença. 

Lois Patiño
Cinema

Lois Patinõ aprofundou o estudo do cinema e da prática artística na New York Film Academy e na Universität der Künste, em Berlim, antes de se mudar para Barcelona para concluir o grau de mestre em cinema documental pela Universidade Pompeu Fabra. Colaborou em "Mercado de Futuros" (2011), a segunda longa-metragem de Mercedes Álvarez, e realizou várias curtas-metragens, apresentadas em museus de renome e festivais internacionais, entre os quais, o Centro Cultura San Martín (Buenos Aires), Casa Encendida (Madrid), CCCB (Barcelona), MARCO (Vigo), Solar Galeria (Portugal), Centre Georges Pompidou (Paris), Reina Sofía Museum (Madrid), Haus der Kulturen der Welt (Berlin) e os festivais internacionais de cinema de Locarno, Roterdão, Ann Arbour, Cinema du Rèel, Rome IFF, Curtas Vila do Conde e o Festival Du Court Métrage de Clermont-Ferrand. Lois Patiño foi premiado com a sua primeira longa "Costa da Morte" (2013) como Melhor Realizador Emergente pelo Festival Internacional de Cinema de Locarno. Destacam-se alguns dos seus trabalhos: "Paisaje-Distancia" (2010), "En le Movimiento del Paisaje" (2011), "Noite Sem Distância" (2015) e a segunda longa-metragem "Lúa Vermella" (2020) que reafirma a expressão do autor como percursor do «Novo Cinema Galego». Na obra de Lois Patiño a paisagem tem sempre lugar de destaque, a identidade da Galiza com expressão criativa pela narrativa cinematográfica real e imaginada;  aqui, a vida do quotidiano e as fábulas, carregadas de misticismo, fundem-se. Lois Patiño colabora regularmente com o Porto/Post/Doc: Film & Media Festival.


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