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Porto/Post/Doc 2016: Um Festival para o Futuro

por Porto/Post/Doc / 05 12 2016


A 4 de dezembro de 2016, chegou ao fim o terceiro Porto/Post/Doc. Foram nove intensos dias, com uma centena de filmes e diversos outros acontecimentos, como concertos, debates, Q&As e festas.

A agitação cultural destes dias, os diversos públicos que vieram aos nossos espaços, fazem-nos acreditar que conquistámos a cidade. Ultrapassamos os 10 mil espectadores, com uma média de 100 espectadores por sessão e incluindo diversas lotações esgotadas nas nossas quatro salas. Há, portanto, um público para o cinema no Porto. Um público diverso, curioso, instigante e muito jovem que nos faz projetar um futuro promissor. O festival cresceu também como plataforma profissional, juntando um alargado grupo de convidados. Foram mais de 200 que passaram pelo Porto, incluindo realizadores e produtores de filmes em competição e das diferentes secções; a imprensa nacional e internacional; e outros festivais e organismos nacionais e internacionais. 

Desde a sua génese o Porto/Post/Doc assumiu o compromisso de criar e educar novos públicos através do projeto educativo School Trip. Cientes da escassez de audiências nos cinemas da cidade, procuramos educar para e pelo cinema, preenchendo uma lacuna ao nível de projetos pedagógicos nesta área e, com iniciativas próximas dos jovens, levar o cinema até às escolas e os estudantes às salas. Este ano, fomos mais longe, inventando o Mini, um espaço dedicado a um público infantojuvenil, promovendo oficinas, sessões e aulas de cinema para crianças e adolescentes. Envolvemos as escolas e conseguimos uma adesão promissora.

Em 2016, dedicamos dois focos. Com os Sensory Ethnography Lab, colocamos o cinema sensorial como centro do festival. Através dos seus filmes, mas também da escolha que fizeram de Jana Sevcíková, fomos para novos territórios. O Fórum do Real também procurou discutir o tema, com três painéis com oradores de diferentes áreas. Também mostramos, com uma retrospetiva integral, Eryk Rocha e o seu cinema poético, em que reinventa o olhar sobre a realidade brasileira.

Nesta edição do festival, reforçamos a identidade do Porto/Post/Doc. Somos um festival de fronteira, que desafia as convenções de género e que promove os filmes novos e ousados. No entanto, como pudemos ver tanto nos filmes vencedores e da competição, como nos filmes que o festival deu a descobrir – do Sensory Ethnography Lab, a Jana Sevcíková ou Eryk Rocha – o cinema é também uma arma política: uma arma contra o esquecimento e pela dignidade do ser humano. Esta continuará a ser também uma marca distintiva do Porto/Post/Doc.

Nos próximos meses continuaremos a nossa atividade de exibição regular, através do programa de ciclos do Há Filmes na Baixa!, no Passos Manuel. Daremos também continuidade ao nosso projeto educativo, reforçando os laços do festival com as escolas da região, desde os mais pequenos até ao ensino universitário.

Para nós, fazer um festival é participar no espaço público, resgatar a memória e provocar o debate. Somos um espaço de encontro, de criatividade e de agitação cultural. Estamos cansados, mas felizes. Fazemos um festival com paixão e queremos que essa paixão seja partilhada com o público. É com esse público que podemos ser melhores.

Até para ano!


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