Antoinette Zwirchmayr, cineasta experimental austríaca, desenha a sua história de família invulgar em três capítulos. Relembra a confusão de saber, ainda em criança, que o seu avô era chulo, que geria o bordel mais antigo de Salzburgo, e interrogava-se sobre a sua atitude arrogante em relação às mulheres como espectáculos eróticos. O seu pai, ladrão de bancos que se tornou mineiro no Brasil, também se apresenta como uma figura de fascínio incómodo, ao passo que a realizadora abre espaço, de forma engenhosa, para a multivalência através da ambiguidade, da dúvida e do mistério. (Carmen Gray)