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Ao longo de quase dez minutos, um homem abate uma árvore numa paisagem árida e solarenga. Ouvem-se, ritmadamente, os lances secos do machado no tronco: a força do trabalho. Eis a cena inicial de Makala, do realizador francês Emmanuel Gras. Todo o filme não será senão uma variante dessa mesma imagem ao longo do processo de produção de carvão, o trabalho de Kabwita, desde a extração à venda, passando pelo sacrificial transporte manual ao longo de várias dezenas de quilómetros de território congolês. Herdando as lições do cinema direto, Gras adota um registo quase puramente observacional, anti-ilusionista e dispensa qualquer tipo de narração ou voice-over, convidando o espectador a confrontar-se com os sonhos e anseios de Kabwita e da sua família. (Alexandra João Martins)