Nova Iorque é testemunha da massa anónima de pessoas que vão passando sem deixar marca, em permanente circulação para lado algum, neste filme-poema. Através de fragmentos desconexos, Akerman procura algo além da cavernosa solidão que transparece das multidões. Ouvimos as cartas da sua mãe, que se sucedem como as pessoas na rua, como trivialidades próprias da vida. Estamos em 1977 e há uma crise económica, Akerman salta de emprego em emprego, a mãe queixa-se da saúde, a cidade esvazia-se. (João Araújo)