ESTREIA NACIONAL
Formalmente, o mais liberto dos filmes de Andersen: longe da habitual organização por capítulos e voz off, os blocos sucedem-se num modelo imediato de contrarresposta, como se testemunhássemos a espontaneidade de um brainstorming. Citações atribuídas a Deleuze guiam esta análise da história do cinema que, iniciada na descoberta do rosto humano pelo cinema mudo, ensaia uma correspondência entre uma história das ideias e uma história das imagens. Irredutíveis construções da ideologia – do comunismo, do fascismo, do capitalismo – as imagens são documentos vitais perante o exercício de examinar o passado, são testemunhos do que se perdeu. Andersen responde a "Hiroshima Mon Amour": “Tu não viste nada em Hiroshima / Nada / Porque já não havia nada para ver”. (Sabrina D. Marques)