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Arquitetura e política em destaque no Ciclo #02 do HFNB!

por Porto/Post/Doc / 11 03 2018


As formas como habitamos e pensamos o espaço nas sociedades contemporâneas são necessariamente políticas. É evidente hoje que determinadas características arquitetónicas de um espaço podem tornar a sua vivência mais ou menos opressora, prazerosa ou apenas funcional. Espaço e poder tornam-se então indissociáveis, ainda que se trate de espaços íntimos como é o caso de Villa Além, habitação projetada pelo arquiteto suíço Valerio Olgiati e a sua mulher, Tamara, no litoral alentejano. Construído a vários mãos, por três arquitetos e um cineasta, "A Construção da Villa Além" retrata a edificação desse mesmo projeto estabelecendo um diálogo entre as formas do cinema e da arquitetura. O filme será exibido numa sessão única, a 21 de março, que contará com a presença dos realizadores Ana Resende, Miguel C. Tavares, Rui Manuel Vieira e Tiago Costa.

E o que poderá ser a arquitetura (do grego αρχή [arkhé] significando "primeiro" ou "principal" e τέχνη [tékhton] significando "construção") de um filme, senão a montagem? É a partir desse preceito que o realizador brasileiro João Moreira Salles concebe "No Intenso Agora", filme que reúne imagens de arquivo dos anos 60 das mais variadas latitudes – do Maio de 68 à Primavera de Praga e à revolução cultural chinesa – resultando num documento político que não só retrata uma época fulminante do século XX, como justapõe de forma inovadora imagens e acontecimentos criando novos sentidos e dando corpo àquilo que se pode designar como cinema urgente. A exibição de "No Intenso Agora", a 22 de março, marca o início do programa 6.doc na cidade do Porto, numa parceria com o Doclisboa.

 

Ciclo #02.2018
22h, Cinema Passos Manuel

21 de março
A Construção da Villa Além, de Ana Resende, Miguel C. Tavares, Rui M. Vieira, Tiago Costa
2017, PT, 55', M6

"A Construção da Villa Além" acompanha a construção da casa que o arquiteto suíço Valerio Olgiati e a sua mulher, Tamara, idealizaram para viverem parte do ano, num lugar remoto do litoral alentejano.

22 de março
No Intenso Agora, de João Moreira Salles
2017, BR, 127’, M12

Inserido no programa 6.doc (parceria com Doclisboa)

Cenas gravadas na China, em 1966, durante a fase mais radical da Revolução Cultural, ao lado de imagens de arquivo dos acontecimentos de 1968 em França, na Checoslováquia e no Brasil. O que dizer sobre Paris, Praga, Rio de Janeiro ou Pequim ao ver essas imagens?


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