Yukio Mishima é um dos escritores mais marcantes do século XX. Escreveu 35 romances, 25 peças de teatro, mais de 200 contos e centenas de ensaios. Mas a sua importância não se circunscreve à literatura, foi também ator, modelo, pensador e revolucionário nacionalista que fundou a milícia Tatenokai através da qual pôs em marcha as suas posições essencialistas. É, ainda hoje, uma das figuras mais controversas no Japão. E que outro realizador ocidental poderia filmar a vida de tão complexo artista senão Paul Schrader (o eterno argumentista de Taxi Driver e realizador de First Reformed)? Apresentando-o em todas as suas contradições (através de uma dramaturgia altamente inventiva), Mishima é um retrato compósito de um homem estilhaçado.
Mishima: A Life In Four Chapters estreou em competição no festival de Cannes de 1985 onde recebeu o prémio para “Melhor Contribuição Artística”.