A desafiar os limites da magia física do cinema, com uma energia vital capturada em objectos de exposições, catálogos e conversas encenada com humor e gravidade, há uma forma indicial, neste filme, ligada à feitiçaria dos procedimentos do cinema. Magia quase surrealista que entretece as sombras luminosas num jogo de cartas, mapas, constelações de vozes num concentrado antropológico. As máscaras, os monstros e os fragmentos emaranhados da História circular e mítica surgem pontuadas pela voz desencarnada do filósofo José Gil. Objecto singular, esta curta-metragem da dupla portuguesa recombina as origens mitológicas da humanidade num procedimento etnológico que assenta como uma luva de laboratório à criação artística. Cinema, ensaio visual, documento ou pensamento por imagens, os dados estão lançados. (Luís Lima)
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Extinção
Salomé Lamas
2018, Portugal/Alemanha, 85’