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As personagens são fictícias, as relações são inexistentes, as emoções são uma farsa, os diálogos são uma improvisação, a história é criada: (no entanto) este filme (não) é uma ficção. A realidade que surge da ficção é uma parte e a ficção que surge a partir da realidade é outra: ambas são uma constante (por vezes incompreensível, confusa, mas igualmente óbvia e direta) neste filme/experiência realizado por Rouch, com um grupo inter-racial de estudantes de Abidjan, capital costa-marfinense. Esta é uma história (ir)real que levanta questões de género, raça e política, mas, acima de tudo, questões inevitáveis e representativas de relações entre humanos: um mar turbulento que oscila permanentemente – tanto para o bem, quanto para o mal. Um retrato de uma sociedade, de uma (des)humanidade que ainda hoje reconhecemos, que ainda hoje nos define e que nos demonstra diariamente que o amor ainda não é a nossa salvação. (Teresa Vieira)