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O cinema pode ser imperfeito, mas quando é sincero há uma nova energia que irrompe. É essa brisa dos tempos novos que sopra em Kékszakállú, o inclassificável filme de Gastón Solnicki. Retrato de uma geração, a partir de um conjunto de raparigas de várias idades, o filme provoca o espectador com situações banais em que um verão se parece eternizar. Há um fio de vida no dia a dia destas raparigas, espécie de fogachos felizes, mas que, a pouco e pouco, se transformam numa inércia dominante, que é tanto cómica como trágica. Adaptação muito livre de O Castelo de Barba-Azul – uma ópera do húngaro Béla Bartók, com libreto escrito por Béla Balázs –, este é um retrato ficcional, em tom documental, de uma juventude à deriva, enclausurada nos espaços arquitetónicos – casas de férias, escolas, etc. – e no futuro que dela se exige. Kékszakállú é uma história dos nossos tempos vulgares, à procura de um destino possível. (Daniel Ribas)