Em que língua contar as histórias que nos foram contadas?
Em que língua escrever uma declaração de amor?
Lisboa, Bairro das Colónias, terceiro andar.
Fatumata e Aissato, mãe e a filha primogénita de uma família numerosa originária da Guiné-Bissau, dialogam sobre o amor e a construção da felicidade. Pelas 19h, do terceiro até ao meu quinto andar, ressoa pelo prédio um som regular, sempre igual, como o bater do coração.
O filme convida o espectador para o espaço da palavra e do diálogo entre a mãe e a filha, e para o espaço sonoro e plástico do prédio onde esta família e a cineasta habitam. No suceder-se de um poema, de um conto, de uma carta de amor e uma reza, as palavras transitam de uma língua para a outra, de uma interlocutora e de uma voz para a outra, criando ligações.